Universo

As fotos mais distantes da Terra

Conheça a espaçonave New Horizons responsável pelas fotos mais distantes da Terra e veja as fotos.

Ao visualizar a imagem, você deve ver apenas manchas na cor verde, e não dar importância alguma a elas. Risco de até criticar, tanto o fotógrafo, quanto a câmera. Mas ao saber a origem da foto, seu pensamento mudará.

Essa foto foi tirada por uma câmera que, certamente, é a que se encontra mais distante da Terra. Não há outra câmera tão distante do planeta quanto essa.

Acontece que, no final do ano de 2017, a NASA publicou as fotos que foram capturadas pelo Long Range Reconnaissance Imager, que nada mais é do que um dos sete instrumentos a bordo da nave espacial New Horizons, que chegou a Plutão em 2015.

Plutão, Diferença da Foto do Hubble e da New Horizons
Foto feita do Plutão captada pelo Hubble e pela New Horizons

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A câmera fotografou três situações diferentes em dezembro: um grupo de estrelas que recebeu o apelido de Wishing Well, assim como dois objetos mais próximos da Terra que fazem parte de uma banda de rochas, num aglomerado de gelo e planetas anões na borda do sistema solar, chamado de Cinto Kuiper.

Wishing Well, Grupo de Estrelas
Grupo de estrelas, Wishing Well, Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI

“A New Horizons está em uma trajetória muito boa para ver muitos desses objetos de perto”, afirmou Simon Porter, um astrofísico de Sothwest Research Institute no Coloradoe parte da missão New Horizons.

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New Horizons
New Horizons, Crédito: NASA

Porter fez o cálculo quando a New Horizons observou melhor os dois objetos do Cinto Kuiper, ajudando a programar as imagens.

Ao fotografar essas imagens, a New Horizon quebrou um recorde que durou cerca de três décadas. Quando a sonda Voyager 1 estava a 6,035 bilhões de quilômetros de distância Terra, no dia dos namorados de 1990, virou a câmera para a Terra e fez o belo registro, chamado de Pale Blue Dot. O astrônomo Carl Sagan, que lançou o conceito de fotografia, comentou: “Olhe novamente para esse ponto. Está aqui. Isso é o nosso lar. Somos nós”.

Pale Blue Dot, Planeta Terra
Pale Blue Dot, Planeta Terra, Crédito: NASA/JPL

O Pale Blue Dot foi a imagem final transmitida de volta à Terra pela Voyager 1, sendo a coisa mais distante feita pelos homens e a primeira nave a atravessar o espaço interestelar.

Infelizmente, a Voyager não pode mais enviar fotografias, pois a sua câmera foi desligada. Mas isso não significa que a espaçonave foi deixada de lado. Acontece que a NASA ativou os propulsores reservas da Voyager em 2017, após quase 40 anos fora de operação.

New Horizons não está numa distância tão grande da Terra como a Voyager 1, mas ela também está no caminho certo para deixar o sistema solar. Desde o seu lançamento, em junho de 2006, ela se lançou em torno de Júpiter em 2007 para impulsionar Plutão, onde conseguiu chegar no verão de 2015. Foi nessa hora que a aconteceu a mudança no modo como Plutão é visto por nós.

New Horizons continua a sua jornada no espaço a uma taxa de 1.126 mil quilômetros por dia. Nas suas viagens, New Horizons alterna entre os períodos de atividade e dormência, a fim de que o combustível seja poupado.

Foi reativado entre setembro de dezembro de 2017, sendo que na primeira semana, já passou a distância recorde de Pale Blue Dot, atingindo a marca de 64,3738 milhões de quilômetros de distância, quebrando o seu próprio recorde semanas depois, quando fotografou os objetos Kuiper belt 2002 HZ 84 e 2012 HE85.

Kuiper belt 2002 HZ 84 e 2012 HE85
Fotos mais distantes da Terra, Kuiper belt 2002 HZ 84 e 2012 HE85, Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI.

Esta imagem abaixo mostra a posição atual da New Horizons ao longo de sua trajetória planejada para o MU69, agora apelidado de Ultima Thule. O preenchimento verde da linha mostra por onde a espaçonave viajou desde o lançamento; o preenchimento vermelho indica o caminho futuro que a espaçonave ainda percorrerá.

Acompanhe a tragetória atualizada da New Horizons:
Tragetória/New Horizons

Tragetória da New Horizons
Tragetória da New Horizons, Crédito: Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins

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