Cotidiano

Como o cheiro do seu corpo afeta seus relacionamentos amorosos?

Desde muito pequenos somos ensinados que o mau cheiro não é ideal. Ao contrário de muitas sociedades anteriores a nós, atualmente somos completamente obcecados pela aparência e a impressão que causamos. Dessa forma, muitas coisas acabam influenciando como percebemos a nós mesmos.

Quando crianças, por exemplo, aprendemos hábitos de higiene. Além de servir a questões de saúde, esses hábitos também desempenham um papel social muito grande. De forma geral, ninguém quer estar perto de quem não cheira bem. Essa inclusive é uma lição que se aprende muito cedo.

Ao observar crianças brincando, por exemplo, é possível perceber que o cheiro desempenha um papel importante. As crianças cheiram tudo ao seu redor e são muito estimuladas por isso. Mas se alguma criança do grupo não cheira bem, elas não tem pudor algum em dizer em voz alta.

Seja “cheiro de cecê”, o “cheiro de xixi” ou outros cheiros em geral, as crianças aprendem desde muito cedo que cheirar bem significa que você será melhor aceito. Além disso, os cheiros também estão diretamente associados a forma como percebemos a pessoa diante de nós, como: limpa ou suja, higiênica ou desleixada, etc.

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No entanto, a forma como cheiramos – ou melhor, aquilo que exalamos – é muito mais complexo do que apenas um resultado de quantos banhos tomamos, ou quantas vezes lavamos nossa roupa. E é sobre isso que estamos falando aqui.

NÍVEIS HORMONAIS

Algo muito curioso, no aspecto amoroso, é que os hormônios desempenham um papel muito interessante na forma como cheiramos. A ciência acredita, por exemplo, que as mulheres desenvolvem odor mais atraente durante a fase folicular do ciclo menstrual. Durante esse período, acredita-se que seu parceiro tende a se tornar mais atraído pelo odor exalado; da mesma forma, durante o período menstrual, o efeito é contrário. Já nos homens, os níveis de testosterona também podem desempenhar um papel relevante no quão atraentes eles são.

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A ciência agora acredita que cada ser humano possui um cheiro particular. Isto é, como uma assinatura única, ou uma espécie de digital. Um experimento conduzido pela pesquisadora Agnieszka Sorokowska, psicóloga e especialista em olfato humano da Universidade de Wroclaw, na Polônia, é uma prova disso.

Isso, inclusive, vai além do tipo de perfume que usamos. Essas informações dizem respeito ao cheiro natural que exalamos, aquele que expelimos pelos poros, pelo suor. Eis aqui que o experimento se torna realmente relevante e interessante.

Antígeno Leucocitário Humano

O ALH são proteínas do corpo humano responsáveis por identificar células como sendo próprias ou exteriores, o que as tornam ameaças. Do ponto de vista científico, quanto mais diferentes forem os ALH de um casal, melhores as chances do sistema imunológico de um eventual filho biológico ser mais forte, mais diverso.

“Se você tem um parceiro geneticamente diferente em termos de perfil de odor corporal e imunológico, então seus filhos terão uma melhor resistência a patógenos”, diz Sorokowska.

Para testar a teoria de que o ser humano se atrai de forma inconsciente por pessoas com ALH diferentes, os pesquisadores convidaram um grupo de mulheres e um grupo de homens. De forma aleatória e sem identificação, as mulheres precisaram enfileirar camisetas usadas dos homens.

Elas não conheciam os voluntários e não sabiam o que estavam fazendo. Ainda assim, listaram os homens de ALH mais diferente como mais atraentes. Esse teste mostra que fazemos escolhas inconscientes e motivadas por questões genéticas.

Apesar da descoberta, os pesquisadores também concluíram que na vida prática os odores naturais não interferem nas escolhas sexuais. Isto é, por mais que você talvez se sinta mais atraído por uma pessoa pelo cheiro que ela exala, esse não é o único fator levado em conta.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]