Cotidiano

Coreia do Sul trata depressão com funeral falso

Essa é uma tentativa do governo Sul-Coreano de diminuir as taxas altas de suicídio no país.

A depressão é considerada uma verdadeira epidemia, fruto das grandes exigências e do ritmo acelerado da vida moderna. Muitas pessoas não prestam atenção aos sintomas da depressão por julgarem que se trata de uma tristeza ou melancolia passageira, no entanto, trata-se de uma doença grave que deve ser tratada com toda a seriedade.

Existem indivíduos que passam anos vivenciando a tortura de uma dor emocional tão profunda, que perdem totalmente o contato com a realidade, a ponto de desejarem a própria morte.

Já há algum tempo os países da Ásia apresentam altas taxas de suicídios decorrentes da depressão. Para solucionar esse problema, uma clínica psicológica da Coreia do Sul desenvolveu um método bastante curioso e inusitado, por meio de uma simulação os pacientes são estimulados a vivenciarem a própria morte.

A terapia consiste, basicamente, em promover um falso funeral de si mesmo. Ao chegar no centro psiquiátrico, os pacientes são fotografados e depois submetidos à uma sessão de filmes sobre suicídio. Depois são estimulados a descreverem como gostariam de ser lembrados e, na sequência, são “convidados” a entrarem em seus próprios caixões.

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A “morte experimental” deve durar, em média, dez minutos. A maioria dos participantes chora e tem ataques de claustrofobia, mas existem aqueles que não se importam e tiram até selfies dentro do esquife.

A Coreia do Sul apresenta a maior taxa de suicídio do mundo. Diariamente, 39 sul-coreanos, na maioria jovens, tiram a própria vida. Os terapeutas que desenvolveram essa técnica acreditam que ter uma experiência de morte ajuda os jovens a valorizarem a vida.

Essa teoria até pode fazer algum sentido, mas é bom lembrar que a Coreia do Sul não é exatamente um país amigável. Extremamente belicosos e nacionalistas, muitos adultos tratam os jovens com tanto rigor que é comum que grande parte deles desenvolva quadros depressivos.

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Transtornos desse tipo nem sempre são tratados apenas com uso de terapias, muitas vezes é necessário tomar medicamentos que ajudem a pessoa a passar pelas oscilações emocionais frequentes e profundos abismos de tristeza e falta de motivação.

A depressão caracteriza-se como uma doença na qual ocorre um desequilíbrio químico severo dos neurotransmissores. Essas pequenas estruturas neurais são responsáveis por “ligar” em nosso cérebro as sensações de bem-estar, tranquilidade, motivação e prazer. As substâncias responsáveis por essas sensações são a serotonina, a dopamina, a noradrenalina e melatonina, sem elas, somos incapazes de levantar dispostos pela manhã e interagir normalmente com as pessoas.

Veja, a seguir, os 8 sintomas mais comuns de depressão:

1. Alterações repentinas de humor
2. Total desinteresse por coisas que costumam ser interessantes
3. Disfunções do sono
4. Mudança brusca de apetite
5. Mudança significativa de peso
6. Dificuldade em se concentrar
7. Cansaço ininterrupto
8. Pensamentos recorrentes sobre morte, acidentes ou doença

É comum apresentarmos, vez ou outra, alguns desses sintomas. Porém, se mais de dois forem observados e persistirem por mais de uma semana, é aconselhável buscar por orientação profissional, de preferência um psicólogo ou um psiquiatra.

Normalmente o tratamento é feito com antidepressivos, psicoterapia e mudanças de estilo de vida. O índice de recuperação é alto, principalmente quando iniciado logo que aparecem os sintomas.

Essa doença atinge não somente a pessoa acometida, mas também todo o seu entorno, como filhos, cônjuges, relações de trabalho e amizades. É importante que pessoas próximas alertem para o perigo, e aconselhem a pessoa a procurar ajuda especializada. Contudo, as pessoas mais próximas não devem se culpar, trata-se de uma doença perigosa, que muitas vezes passa desapercebida.

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