Cotidiano

Jornada de trabalho noturna impõe guerra contra o próprio corpo

Existem algumas pessoas que juram de pé junto que “produzem” mais de madrugada. São pessoas que, geralmente, acreditam não sentir os impactos da troca de horário porque computam seu funcionamento de acordo com aquilo que são capazes de produzir comercialmente, ou nos estudos, etc. Ainda que essa seja a sensação, no entanto, a verdade é que esse tipo de comportamento não é tão bom assim.

Pode até ser que o silêncio da madrugada e ajude a digitar aquele texto, ou arrumar a casa, ou assistir aquela série que você  teve vontade durante o dia inteiro. Mas isso não significa que, a longo prazo, seu corpo não vai protestar contra esse comportamento. A verdade é que somos, de forma geral, seres de hábito diurno; isto é, nosso pico de produtividade é alcançado de dia, no período da tarde. Saber disso é importante para conhecer melhor seu corpo e os sinais que ele te da.

Para algumas pessoas, “virar a noite” acordado é apenas uma questão de opção. Para outras, no entanto, uma questão de necessidade. Existem vários tipos de serviço que funcionam apenas de madrugada: desde plantões médicos à turno de frentistas. Sem uma pessoa ali, naquele posto, desempenhando aquela função, a sociedade praticamente não funciona. Mas a verdade é que o corpo é quem paga o pato no fim das contas.

A troca do dia pela noite pode gerar consequências que vão desde o favorecimento para o desenvolvimento de depressão e transtornos de ansiedade, até problemas de obesidade, pressão arterial, cardiovasculares e etc. Por mais que você chegue em casa e durma o dia inteiro para “repor” aquelas horas de sono, dormir de dia não traz os mesmos benefícios ao organismo que o sono noturno.

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Para a maioria das pessoas que trabalha de madrugada, a realidade é ainda mais dura porque geralmente essas pessoas não tem a possibilidade de dormir a quantidade mínima de horas durante o dia. A vida adulta gera responsabilidades, que precisam ser resolvidas e geralmente dependem de horário comercial. O que acontece na maior parte do tempo é que essas pessoas durmam poucas horas e logo precisem acordar para resolver problemas.

Na prática, a repetição da troca do dia pela noite gera ao corpo sintomas de privação de sono, que são amplos e podem ser perigosos. O pior de tudo isso é que os problemas causados pela privação de sono não param, mas se associam uns aos outros até se tornarem totalmente fora de controle. O problema é que o sono, geralmente, não é valorizado socialmente e é esperado que sempre estejamos dispostos a abrir mão de uma ou duas horas de sono para “produzir”. Como explica a especialista Cláudia Moreno, vice-presidente da Associação Brasileira do Sono, o sono é fundamental.

Sono é essencial para a sobrevivência. Ele é tão essencial que se você não dormir por vários dias, você morre. Precisamos dar dimensão da importância do ato de dormir. As pessoas, quando precisam cortar algo para ter mais tempo, diminuem as horas de sono como se fosse a coisa mais simples do mundo e que, um dia, elas poderão repor. Mas não é bem assim.

A questão é que mesmo você se esforçando muito e permanecendo com os horários trocados por longos períodos, isso não vai adaptar seu corpo e são grandes as probabilidades de se ter problema com o avançar do tempo. Se é realmente impossível mudar de emprego, procure adotar hábitos saudáveis durante o dia, como boa alimentação e prática de exercícios, além de tentar ao máximo dormir bem.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]