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Nova previsão: Super tempestades solares poderiam sumir com satélites

Tempestades magnéticas originadas no sol podem representar uma ameaça maior do que se pensava ao tempo, à comunicação e aos satélites próximos da Terra, com um impacto econômico potencialmente devastador, sugerem os cientistas.

Num novo estudo, pesquisadores descobriram que a radiação solar pode energizar um cinturão de partículas de alta energia que circunda a Terra mais dramaticamente do que se acreditava anteriormente. O estudo incidiu sobre os possíveis efeitos de uma tempestade magnética muito forte no cinturão de Van Allen. Os cinturões são divididos em duas zonas distintas. O cinturão externo, que é composto de elétrons, atinge cerca de 15.800 a 31.600 milhas (25.500 a 51.000 km) acima da superfície da Terra, enquanto o cinturão interno, que consiste em uma mistura de elétrons e prótons, chega a cerca de 4.000 a 8.000 milhas (6.400 a 12.800 km) acima da superfície.

Os cientistas tinham conhecimento de que o cinturão externo poderia tornar-se muito mais intenso durante tempestades geomagnéticas causadas por partículas de alta energia expelidas pelo sol. No entanto, eles acreditaram por muito tempo que tais tempestades não afetavam o cinturão interno.

Agora simulações de computador sugerem que durante uma “supertempestade” elétrons no cinturão interno, também, poderiam tornar-se energizados. A radiação próxima da Terra poderia, então, permanecer dramaticamente mais intensa por vários anos.

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“O aumento da radiação na zona interna do cinturão pode durar até uma década e continua prejudicando satélites por anos depois de uma tempestade muito forte”, afirmo o líder do estudo, Shprits Yuri, um físico do espaço da Universidade da Califórnia, Los Angeles.

Esta radiação prejudicaria satélites nessa zona e, potencialmente, reduziria suas vidas em cinco sextos ou mais.

“A radiação não iria destruir todos os satélites de uma só vez”, disse Shprits. “No entanto, pelo menos, de acordo com nossos cálculos, uma tempestade muito forte pode aumentar a dose de radiação na zona interior por um fator de 10, e dentro de poucos anos poderemos perder uma parcela significativa dos satélites que percorrem a zona interna do cinturão.”

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Em termos de novas estratégias que possam ser necessárias para proteger os sistemas de satélite, “é difícil dizer”, afirmou Shprits. “Primeiro de tudo, precisamos estimar os riscos e o custo estimado. Se o custo for muito alto, a gente pode querer aceitar os riscos e começar a se preparar para repor a frota de satélites, no caso de tal evento acontecer”.

“Há uma série de estratégias bastante caras que podem ser usadas para abrandar o risco, incluindo o aumento da blindagem dos satélites”, acrescentou. “Risco Zero significa custo infinito.”

Duas missões para estudar os cinturões de radiação estão previstas para 2012, Shprits observou: Uma sonda da NASA vai observar os cinturões de radiação no plano equatorial, enquanto a missão Moscow State University vai observar cinturões de radiação em baixas altitudes.

Tradução de Juliana Miranda.

Fonte:
Live Science

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