Cotidiano

O homem que passou 3 dias preso com cobras para provar que elas são ‘amigáveis’

Quando você escuta alguém falar em fobias, o que te vem na cabeça? É provável que você pense em cobras, altura, aranhas, oceano, etc… Não é? Não é à toa, afinal tratam-se dos medos mais comuns do ser humano, uma lista que é bem maior e muito comum. Mas e quando uma pessoa quer provar exatamente que não há porque temer?

O que muitas pessoas confundem é que fobia e medo não são a mesma coisa. Quando uma pessoa tem medo de altura, por exemplo, é muito provável que ela consiga lidar com o medo sozinha, apenas experimentando exposições e superando a coisa em questão. Mas quando se trata de uma fobia, aí o buraco é mais embaixo.

A questão é que nem sempre uma fobia é inexplicável, ou irracional. A fobia de cobras, por exemplo, é a segunda maior do mundo. Mas, se tratando de um animal que pode matar com uma simples picada… não é nada irracional, não é? Talvez pensando por esse caminho é que a atitude de Neelim Kumar Khaire ganhe contornos ainda mais dramáticos.

Khaire tinha 28 anos e levava uma vida simples, tranquila, sendo recepcionista em um hotel cinco estrelas em Pune, Índia, em 1986. Desde antes desse momento, ele já possuía um grande carinho por répteis. Khaire havia trabalhado anteriormente em uma casa de férias perto de Bombaim, onde foi exposto a uma variedade de cobras. Como gerente, era sua responsabilidade lidar com os animais.

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Ele acabou se apaixonando pelos animais e tomou uma decisão. A casa onde morava era frequentemente invadida por cobras, mas ele decidiu que não mais as mataria. Assim, sempre que algum animal invadia sua casa, ele apenas as capturava e depois as depositava em uma área isolada, distante das casas.

Divisor de águas

Khaire acabou se frustrando quando capturou uma cobra uma vez e a levou ao Instituto Haffkin em Bombaim. Lá, ele ouviu que aquela espécie era muito perigosa e que ele não devia transporta-la daquela forma, que não era seguro. Ele discordou porque não se sentia ameaçado pelas cobras.

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Ao longo da vida, Khaire afirma ter capturado cerca de 25 mil cobras e tomado “apenas” 6 mil picadas. Ele nunca se sentiu ameaçado pelos animais e sempre as viu como amigas. Assim, quando soube de Peter Snyemaris e seu experimento, Khaire acabou decidindo realizar também um experimento.

O sul-africano havia ficado 50 horas preso em uma estrutura com 24 cobras, das quais 18 eram venenosas. Khaire decidiu que ele próprio também estabeleceria um recorde e acabou levando o recorde ainda mais longe. Para provar que as cobras eram amigáveis, ele ficou 72 horas preso com cobras.

Khaire tinha uma estrutura de vidro, com apenas uma cadeira no interior. Dentro, ele depositou 27 cobras de monóculo, 24 Víbora de Russell, 9 cobras indianas, 8 kraits e 4 cobras comuns. Ou seja, 68 cobras mortais e apenas 4 sem veneno. Qualquer picada de uma dessas 68 cobras poderia significar o fim da linha.

A experiência, segundo Khaire, mostra que cobras não atacam a menos que sejam provocadas. Durante 72 horas, ele permaneceu no interior da caixa de vidro e apenas removia, delicadamente, as cobras que tentavam subir em cima dele. Khaire não foi picado nenhuma vez. Ele manteve sua paixão por cobras e fundou a Sociedade Herpetológica Indiana e o Parque Katraj Snake

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]