Cotidiano

O que uma dieta baseada em alimentos ultra processados causa no organismo

Houve um tempo no qual a humanidade se alimentava apenas de comida fresca. Peixes recém pescados, carnes frescas de caças recentes, frutas tiradas do pé, legumes e verduras colhidos na hora… Esse tempo ficou na história e em comunidades afastadas dos grandes centros comerciais. Mas o que isso significa de forma prática na vida de cada um de nós?

A industrialização nos permitiu formular maneiras de produzir muitas coisas, mas também nos permitiu meios de processar alimentos. Com o passar do tempo, esse tipo de alimento acabou se tornando parte de nossas vidas. São enlatados, ensacados, temperados, massas, doces e tantas coisas que não são naturais. A vida corrida, a falta de tempo para prestar atenção na alimentação e a facilidade da comida processada, tem sido fundamentais para mudar nossa dieta pouco a pouco.

Para se ter uma ideia, um levantamento recente aponta problemas práticos e alarmantes sobre essa dieta. Em alguns países desenvolvidos, crianças já comem dois-terços de suas dietas com base unicamente em alimentos ultra processados. Isso significa que, em tese, a cada três refeições, duas serão baseadas em alimentos processados. Aqui entram pizzas, hamburgueres, sucos, refrigerantes, rosquinhas, biscoitos, sorvete, frituras e uma infinidade de outros exemplos.

Não é nenhuma novidade para a medicina que esse tipo de dieta oferece risco ao desenvolvimento infantil, muitas vezes se manifestando em casos precoces de diabetes, problemas com colesterol, problemas cardíacos, etc. Mas o que realmente acontece no corpo? Que tipo de reações químicas nosso corpo encara quando pisamos na bola com a  alimentação?

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Para tentar responder essa pergunta, o médico Chris van Tulleken se submeteu a um experimento revelador, mas perigoso. Por um mês, ele se manteve em uma dieta com 80% da alimentação composta apenas por ultra processados.

Conclusões do experimento

Por 30 dias, o médico Telleken se submeteu a uma dieta cheia de alimentos ultra processados enquanto realizava exames para monitorar as mudanças em seu organismo. Uma das primeiras alterações sentidas por ele, conforme o documentário, foram as intestinais. Telleken relatou ter sofrido de prisão de ventre quase que imediatamente após a mudança de dieta.

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Além disso, ele também relatou insônia, dores de cabeça constantes e mal-estar generalizado. Outra alteração foi a quantidade de refeições que ele fez ao longo do dia. Para o experimento, Telleken deveria comer todas as vezes que pensasse em comer, que desejasse comer, mesmo que não estivesse com fome ou com o estômago vazio. Com isso, ele acabou comendo muito mais vezes e fazendo refeições pobres em nutrientes.

Os exames finais foram surpreendentes, além de assustadores também. Em apenas 4 semanas, Telleken sofreu alterações neurológicas, além de um aumento de 6,5 quilos em seu peso. Outra alteração surpreendente foi a hormonal. Telleken sofreu uma queda do hormônio responsável por nos fazer sentir satisfeitos, enquanto o hormônio responsável por nos fazer sentir fome cresceu.

Como o próprio médico relata no documentário, essa é uma configuração cerebral que pode ser observada em pessoas que sofrem de algum vício patológico. A grande preocupação levantada pelo documentário é quanto as crianças, já que elas estão justamente formando as conexões cerebrais das quais vão precisar ao longo da vida.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]