Universo

Perdidos no Espaço

Imagine que o homem já tenha tecnologia para longas viagens no espaço e você é o próximo astronauta a embarcar rumo ao desconhecido. Seus sentimentos seriam muito parecidos com os dos primeiros navegadores que se aventuraram oceano afora em busca de novos caminhos e novas terras. Eles carregavam na sua bagagem instrumentos de navegação para terem a certeza de que seriam capazes de voltar para casa, seja lá de onde estivessem. E vocês na sua viagem espacial? Como se localizariam para voltar para a Terra? Já pensou sobre isto? Vamos a mais uma estória para que ninguém fique perdido no espaço…

Nosso lar doce lar, a Terra, é o terceiro planeta mais próximo do brilhante Sol, que está num dos braços de nossa Galáxia, bem na periferia. Daqui podemos ver uma determinada parte do Universo, que os astrônomos conhecem bem. Eles são capazes de dizer a posição de cada estrelinha que enxergamos e de outros tantos corpos celestes que nem sonhamos que existam. Além disso, graças às teorias físicas, os astrônomos podem dizer onde as estrelas, os planetas e os cometas estarão a qualquer tempo. Portanto, parece que conhecemos bem a nossa vizinhança cósmica.

Os homens, desde os primórdios da civilização, se encantavam e se amedrontavam com o céu. Todos os pequenos pontos brilhantes, que viam, pareciam formar desenhos para os quais eles se acostumaram a dar nomes. As tão conhecidas constelações fazem o nosso deleite e diversão em noites sem nuvens, quando tentamos reconhecer cada uma delas.

Se a viagem fosse nesta época do ano, no inicío do inverno em todo hemisfério sul, a principal constelação que podemos identificar no céu do Brasil e do Escorpião, com a magnifica estrela antares, em seu corpo. Localizada bem acima de nós, ela é de fácil identificação, pois apresenta um seqüência de estrelas que lembra o rabo do escorpião. Mais ao sul, ainda podemos observar o conhecido Cruzeiro do Sul e a constelação do Centauro, com sua estrela Alfa e Beta ao lado. Para quem for mais atendo, bem ao norte vai conseguir identificar a constelação do Boiadeiro (ou Bootes) e sua brilhante estrela Arcturus. Agora você já sabe onde está e podemos continuar nossa viagem.

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Mas, se pudéssemos nos afastar muito do Sistema Solar, o brilho do nosso Sol ficaria reduzido ao de uma simples estrela. Mais do que isto, o céu e as constelações a nossa volta mudariam, pois em outra posição do espaço as estrelas conhecidas teriam outra disposição e formariam outros desenhos no céu. E o mais curioso: nosso Sol visto de longe, faria parte de uma constelação! A questão é saber de qual. Novamente, tudo dependerá de nossa posição no espaço. Imagine que fossemos até Órion para visitar as Três Marias. Em conseqüência da viagem, o Sol vai colocar-se em perspectiva diante da constelação do Serpentário (Ophiuchus), situada precisamente em oposto à Órion, para o habitante da Terra. Seria uma pequena estrela na constelação, pois estaríamos muito distante do nosso Sistema Solar.

Não se esqueça de carregar o seu mapa celeste antes de sair por aí pelo Espaço. Afinal, quem garante que existe algum planeta tão bom de se viver quanto o nosso. O melhor é saber voltar para casa!

Artigo do mês de junho de 2002 da Revista de Ciência On-line: http://www.cienciaonline.org/

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Fonte: http://an.locaweb.com.br/Webindependente/ciencia/perdidosnoespaco.htm

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