Ciências Cotidiano

A tecnologia realmente esta mudando o ‘relógio biológico’ do ser humano

Você provavelmente já se esbarrou com a expressão “relógio biológico” em algum momento da vida, certo? Geralmente quando uma pessoa tem o hábito de dormir, ou acordar, cedo demais, sempre vira assunto entre os amigos por conta de seu “relógio biológico”. Outros tantos exemplos podem ser lembrados, inclusive quando você costuma sentir fome ao longo do dia.

Apesar de ter se popularizado como “relógio biológico”, na realidade, o ritmo circadianos é uma importante ferramenta do corpo humano, mas que depende muito da situação externa. Isto é, por mais que o corpo humano possua um meio de se regular automaticamente ao tempo, ele pode ser influenciados.

Os cientistas, na realidade, já tinham boas evidências sobre isso. Não à toa, especialistas recomendam que telas de todo tipo sejam deixadas de lado pelo menos duas horas antes do sono, assim como a adoção de lâmpadas menos agressivas para iluminar a casa, etc. Mas por que todas essas dicas?

Pesquisadores já suspeitavam que o “relógio biológico” humano estava mudando. Esse processo não é de hoje, mas data desde o surgimento da luz elétrica. No entanto, estudos tem confirmado cada vez mais essa descoberta, o que possui uma grande relevância, inclusive na compreensão do cérebro humano.

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Como funciona o “relógio biológico”?

O hipotálamo libera um hormônio chamado melatonina. A melatonina é frequentemente chamada de “hormônio do sono”, pois seus níveis são elevados à noite, mas caem pouco antes de acordarmos de manhã. O relógio tem um ritmo intrínseco, mas também pode ser ajustado em resposta à luz.

O professor John Axelsson, especialista em pesquisa do sono do Instituto Karolinska, explica que o “relógio mestre… tem um ritmo intrínseco de quase 24 horas e é muito sensível à luz ao entardecer e amanhecer, para ajustar o sistema circadiano; o que permite o sistema deve ser dinâmico e se adaptar às mudanças sazonais na duração do dia e da noite“.

O distúrbio da melatonina é necessariamente algo ruim?

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Embora saibamos que a melatonina tem muitos efeitos no corpo e está associada ao sono, não sabemos exatamente como as quantidades reduzidas de melatonina afetam nossa qualidade de sono. Existem numerosos estudos que analisam o uso da tecnologia e a qualidade do sono ou o tempo que leva para adormecer. Embora muitos deles encontrem uma correlação entre o tempo de tela e o sono, as correlações geralmente são fracas e não mostram que o aumento do tempo de tela causa problemas para dormir.

Por exemplo, o estudo de 2014 descobriu que, em média, os participantes que liam os livros impressos adormeciam 10 minutos antes dos leitores do e-book. Outros estudos compararam pessoas que usaram produtos que reduzem a luz azul das telas com usuários de telas normais. Esses estudos encontraram apenas uma diferença de 3-4 minutos no tempo que levou para adormecer.

Como o sono é afetado por muitas coisas, geralmente é difícil ter certeza de que é apenas o efeito do tempo de tela que você está medindo. A tecnologia, especificamente a luz artificial, muda nosso ritmo circadiano. Sabemos disso porque podemos ver diferenças nos níveis de melatonina após o uso da tela. Que efeito isso tem sobre o nosso sono, especialmente o tempo que levamos para adormecer, ainda não está claro.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]