Cotidiano

Autoridades apontam risco pandêmico de variante da Varíola dos Macacos

Estamos a pouco de entrar no terceiro ano desde que a pandemia da covid-19 foi anunciada, em março de 2020. Muito tempo já se passou e a pandemia ainda não foi encerrada oficialmente, continua sendo alvo de estudos e artigos mundo à fora. Muita coisa pode ser dita a partir da pandemia da covid-19, mas um dos assuntos que mais merecem atenção é sem dúvidas o aprendizado que foi possível ser adquirido a partir dessa experiência.

A história da pandemia da covid-19 ainda é fresca na memória da maioria da população. O mundo assistiu a China se desculpar por não ter prestado a devida atenção aos primeiros relatórios; e agora o mundo precisa mostrar que aprendeu com esse erro. Isso porque, nos últimos dois anos e meio, outros vírus já foram encontrados, outros surtos já foram declarados, e a ciência precisa estar alerta para apresentar uma resposta adequada.

Um dos vírus atualmente sob o olhar atento da comunidade internacional é o vírus da Varíola dos Macacos. A doença teve uma disparada no número de casos e se espalhou pelo mundo. Felizmente, a taxa de mortalidade e contaminação pelo vírus é relativamente baixo, se comparado a covid-19, por exemplo. Ainda assim, estamos falando de mais de 70 mil pessoas contaminadas e 26 mortes confirmadas pelo mundo.

O que tem chamado a atenção da comunidade internacional em relação ao vírus é a diferença entre as variantes. A variante que se espalhou pelo mundo, por exemplo, ficou chamada de Clade II. Essa variante apresenta taxa de mortalidade de 3,6%. Relatórios da OMS, no entanto, apontam que a variante Clade I oferece um risco significativamente maior, de 10,6%. Essa variante é predominante na República Democrática do Congo, onde se concentra o maior número de mortes pela doença. Ainda segundo os relatórios, é exatamente essa variante que desperta preocupações em relação ao seu potencial pandêmico.

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Para se ter ideia do tamanho do problema, o Congo registra um número de 120 mortes ainda sob investigação por suspeita da doença. O número é desproporcionalmente alto se comparado ao número de mortes confirmadas pelo mundo: 26. Apesar disso, deve-se ter em mente que o número pode não representar apenas o resultado de sintomas mais agressivos e um vírus mais letal, mas também um problema estrutural de saúde pública. A varíola dos macacos gera sintomas bastante desconfortáveis e pode causar febre alta associada a outros vários sintomas como fraqueza, calafrio, mal-estar, dor de cabeça, erupções na pele, inchaços, ínguas, etc.

Isso significa dizer que mesmo nos quadros mais brandos, a atenção médica é importante, assim como a hidratação e alimentação do paciente. Embora a Clade I pareça ser mais letal do que as demais variantes do vírus, também é possível que as condições da saúde pública local tenham contribuído para uma escalada nos números. Mas como fazer para controlar a situação e neutralizar a variante antes que ela se torne um problema global?

As autoridades chamam a atenção dos países mais ricos sobre a necessidade de auxiliar o Congo no combate a doença. Isto é, a variante precisa ser neutralizada logo pelo bem dos congoleses, como também pelo bem global, uma vez que se trata de uma mutação do vírus que parece ter potencial pandêmico. Nesse caso é importante parar de tratar a situação como um “problema deles”, para passar a encara-la também como um desafio coletivo.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]