A impressão 3D é uma tecnologia de grande potencial, que pode se tornar revolucionária em muitos aspectos. Usada para uma variedade de coisas, esta é uma tecnologia que permite projetos que há pouco tempo pareciam impossíveis, ou improváveis. O que isso significa é que o céu é o limite, especialmente para os criativos e curiosos.
Cicero Moraes, Roberto Fecchio, Rodrigo e Matheus Rabello e Paulo Miamoto podem ser considerados exatamente isso: curiosos e criativos. O grupo estuda a tecnologia 3D há anos e já havia encarado algumas pequenas empreitadas antes. Algum tempo atrás, por exemplo, o grupo conseguiu recriar um bico de tucano. O desenvolvimento de próteses animais se repetiu até chegar no maior projeto do grupo, e do mundo.
Em 2015, um incêndio em Brasília quase matou uma fêmea jabuti. O animal teve 80% do casco queimado e teve lesões também em sua frágil pele. A recuperação foi longa e delicada, conforme explica Cícero Moraes. Ele conta que o animal chegou perto de morrer algumas vezes.
“Depois do incêndio, ela ficou vários dias com o casco queimado. Algumas moscas colocaram ovos nas feridas e larvas se desenvolveram, foi bem triste. Os irmãos Rabello cuidaram do animal e propuseram para a gente fazer a prótese. Mas a gente não tinha ideia de como fazer isso”, declarou ao portal de notícias UOL. Ainda, sem o casco, o animal estava completamente vulnerável e sofreu com crises de pneumonia e outros problemas.
A solução encontrada foi exatamente o uso da tecnologia 3D. Embora não tivessem ideia do que fariam, os amigos decidiram enfrentar as dificuldades. “Fred”, como o bicho foi batizado, logo se tornou o grande projeto do grupo. Ninguém sabia que esse era o maior projeto do mundo.
Inovador e histórico
A impressão 3D já vem sendo usada para produção de próteses há muito tempo, mas o projeto dos brasileiros se destaca. Para se ter ideia, a criação do casco de Fred foi incluída no Guiness Book. Com a ajuda de veterinários, o grupo criou um casco 3D muito fiel ao que realmente acontece na natureza.
Foram usadas várias fotos de cascos, além de um outro jabuti como base, mas o resultado foi muito bem-sucedido. Segundo a entrevista dada pelos rapazes, Fred recebeu muito bem o casco e agora esta levando uma vida mais saudável. A “aplicação” precisou ser feita de forma cirúrgica, por profissionais veterinários.
O grupo tem muita satisfação com a recuperação do animal, conforme explica Moraes. Ele afirma que a preocupação sempre foi a de manter o animal vivo e saudável. Isto é, o reconhecimento é apenas uma consequência. “Depois que o trabalho foi feito, ficamos felizes, pois Fred estava com o casco e com autonomia. E claro, tivemos o bônus do trabalho ser reconhecido e ser um gesto nobre, então a alegria é imensa”, afirmou.
Depois de testado o projeto, Fred ainda ganhou uma pintura toda especial em seu casco-prótese. O Casco, para animais como jabutis e tartarugas, possui uma função fundamental para a saúde dos animais. Por isso, a prótese é tão importante neste caso.