Cotidiano

É preciso ter medo da ‘varíola do macaco’?

Nos últimos dias, você provavelmente já deve ter notado o aumento de artigos falando sobre a “varíola do macaco”. A doença tem chamado a atenção porque teve casos registrados em regiões onde, geralmente, não costumam ser. É bem provável, por exemplo, que você tenha ouvido falar dos casos na Europa. Se a doença não é exatamente novidade, então porque todo mundo parece estar em pânico?

O pânico é inevitável, afinal de contas a verdade é que ainda estamos em pandemia. Por mais que as restrições estejam muito mais brandas, as mortes tenham caído drasticamente e as vacinas tenha se provado eficazes; o mundo ainda enfrenta uma pandemia. Naturalmente, o medo de uma nova pandemia acaba sendo inevitável.

Mas o que dizem os especialistas? A varíola do macaco é uma doença já conhecida pela ciência, que já foi registrada anteriormente. A doença começou a ser registrada no fim dos anos 50, em macacos. Já nos anos 70, começou a ser registrada em seres humanos. A doença acabou ficando conhecida como “varíola do macaco”, mas pode ser transmitida também por roedores.

Existem dois tipos principais da doença, como explica o Leitor em Virologia no Imperial College London, Michael Skinner. Segundo o especialista, existem dois tipos do vírus; “a cepa do Congo é mais grave (até 10% de mortalidade) e provavelmente mais transmissível em humanos do que a cepa da África Ocidental”. Os casos que estamos vendo em vários países da Europa são exatamente da cepa da África Ocidental, a que reconhecidamente tem menor mortalidade. Então por isso não é preciso se preocupar?

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Não exatamente, a coisa é mais complexa. Uma baixa taxa de mortalidade não é garantia de nada, prova disso é a própria covid. No entanto, os dois vírus não compartilham grandes semelhanças. A covid-19 é super transmissível, mas o mesmo não acontece com a varíola de macaco.

Os sintomas da doença começam a se apresentar a partir de 7 à 17 dias do contágio e incluem sintomas comuns da gripe, incluindo febre. O sintoma mais característico, no entanto, são as erupções cutâneas. As erupções podem ser simples, mas também muito agressivas, podendo gerar danos permanentes na pele. Em alguns casos, também é possível o surgimento de pneumonia, diarreia e problemas oculares.

Segundo o estudo dos casos aponta, a doença não é facilmente transmissível entre humanos. Por isso, a doença continua com status endêmico em muitos países da África. Isto é, nem rompe em surto, nem desaparece. Ainda assim, autoridades mundiais já falam em alerta, afinal de contas vírus podem evoluir e sofrer mutações, como vem acontecendo com a covid.

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Podemos combater a varíola do macaco? Sim, mas não objetivamente. Isto é, não existem medicamentos ou vacinas voltados à esta variante do vírus, mas outros tratamentos se mostram eficazes. Existem vacinas eficazes contra a varíola, que apresentam até 80% de eficácia contra a doença. E é exatamente esta uma das teorias do porquê a doença começou a se “espalhar”. Segundo os números, a vacinação contra a varíola tem sofrido queda ao longo dos últimos anos e a consequência disso é a falta de imunidade.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]