É bem provável que, durante as aulas de biologia, você tenha aprendido que a fecundação depende da interação macho+fêmea. Esta informação é uma das descobertas mais revolucionárias do mundo, porque permitiu que estudiosos entendessem muito sobre o funcionamento do corpo feminino e masculino. Ainda assim, existem mistérios que continuam impressionando a ciência e gerando a necessidade de novas pesquisas. Apesar da afirmação acima não ser falsa, a verdade é que a natureza guarda criaturas que desafiam essa máxima.
Para entender aonde queremos chegar, você precisa ter conhecimento sobre alguns fatos. Recentemente, um evento no Smithsonian National Zoo chamou a atenção de toda a comunidade científica. Acontece que um filhote de dragão-d’água-chinês eclodiu em um evento que deveria ser impossível por tudo que sabemos até aqui. O filhote havia sido gerado por uma fêmea que nasceu em cativeiro e nunca havia estado com um macho em toda a vida.
Existe um evento similar entre humanos amplamente conhecido e celebrado em todo o ocidente, que foi o nascimento de Cristo. Jesus nasceu, segundo a fé cristã, de uma mulher virgem. Em toda a literatura médica, não existe nenhum outro caso semelhante entre humanos, mas o mesmo não vale para outras espécies. Até aonde a ciência foi capaz de chegar até hoje, o ser humano precisa da interação macho+fêmea, ainda que por inseminação artificial.
No entanto, diversas espécies e formas de vida são capazes de se reproduzir sem a necessidade de um macho. Foi exatamente isto que constataram os pesquisadores, ao estudar o caso do dragão-d’água-chinês nascido em cativeiro. O fenômeno se chama “partenogênese” e se refere a reprodução assexuada feminina. Neste caso, o indivíduo fêmea não é dependente de um macho para procriar, podendo alcançar este resultado sozinha.
Como isso é possível?
Agora você pode estar se perguntando como isso é possível e se existe alguma chance do ser humano ser capaz de fazer isso. Como mencionado acima, a resposta é não. O ser humano é incapaz de dispensar a necessidade de interação macho+fêmea, assim como todos os outros mamíferos. Isso porque a produção de um novo ser depende da combinação de material genético, encontrado no óvulo e no esperma.
A junção dos genes é que vai gerar um novo corpo, que passa a se desenvolver exclusivamente no interior do corpo da fêmea. Esta é a regra básica para reprodução de mamíferos, mas não é o mesmo para outras espécies. No caso retratado pelo zoológico, por exemplo, a dragão-d’água-chinês foi capaz de fornecer todo o material genético necessário ao ovo para que o filhote se desenvolvesse e eclodisse.
Isso não significa, no entanto, que toda fêmea de dragão-d’água-chinês será capaz de fazer a mesma coisa. O que aconteceu é que alguns indivíduos desta espécie nascem com a tendência genética e podem se tornar capazes de realizar a partenogênese. Estes casos foram documentados após ampla observação em ambiente controlado, geralmente zoológicos ou centros de reabilitação de animais selvagens. Apesar disso, acredita-se que esse fenômeno também aconteça na vida selvagem – apenas é mais difícil de documentar.
