Ciências

Como a difteria, uma doença ‘extinta’, volta a ser ameaça global

Vivendo uma pandemia da Covid-19, em todo o mundo a ideia de “pandemia” foi completamente atualizada. Trata-se de gerações e gerações, em praticamente todo o mundo, que nunca imaginaram viver por isso.

A ideia de uma pandemia era virtual, mas completamente distante na prática. Hoje, trata-se de uma realidade que traz apreensão sempre que mencionada. Esse é o caso, de acordo com um estudo britânico, que pode acontecer com a difteria.

A doença é um problema que já existe e é documentada há anos. Atualmente, o tratamento é feito com antibióticos e existe também uma vacina disponível. No entanto, tudo isto esta incerto agora, de acordo com o estudo.

EVOLUIÇÃO DA BACTÉRIA

A doença tem ganhado força devido a evolução da bactéria. Sabe-se que a doença é provocada por algumas determinadas cepas da Corynebacterium diphtheriae, que vem evoluindo.

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De acordo com o estudo publicado, acredita-se que a vacina disponível atualmente já não é capaz de gerar imunidade contra bacteria, que também já da sinais de resistência aos antibióticos disponíveis.

A doença sofreu uma primeira derrota ainda no fim dos anos 90, quando a vacina foi criada. No entanto, agora a doença tem potencial para voltar a ameaçar. A bactéria esta presente em vários países e foi documentada inclusive no Brasil.

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Para se ter ideia do quanto a doença já era considerada “vencida”, cerca de 85% da população mundial é vacinada contra a difteria. Em vários países, a doença era considerada extinta, inclusive Brasil.

O RISCO DE UMA NOVA PANDEMIA

Existem países do mundo que não possuem programas eficazes de vacinação, além disso, existem pessoas que deliberadamente se recusam a tomar vacinas. Na prática, isso significa que a bactéria continua circulando.

Agora, um estudo publicado na Nature Communications aponta os riscos de um novo surto global da doença, que é altamente transmissível e gera sintomas que podem variar de leves a graves.

A difteria se transmite por gotículas respiratórias e também pode ser transmitida por contato com a pele ferida, no entanto, em menor frequência. A bactéria começa a liberar uma toxina no organismo do paciente.

Nos primeiros dias, a infecção gera dor de garganta e pode causar febre leve. A toxina consegue matar células com as quais entra em contato e se aloja na garganta por um tempo, o que pode causar acúmulo de detritos mortos, causando falta de ar na vítima.

As toxinas também podem gerar um inchaço no pescoço, causado pelo aumento dos gânglios linfáticos. O maior risco para as vítimas da doença é a toxina atingir a corrente sanguínea. Se isso acontece, a doença se torna faltam em metade dos casos.

ESFORÇOS INTERNACIONAIS

O estudo publicado na Nature Communications é resultado de um esforço coletivo entre cientistas do Reino Unido, OMS e Índia, onde o número de casos de Difteria aumentam progressivamente.

O que preocupa os cientistas é exatamente a evolução da bactéria, cujas cepas se tornam cada vez mais resistentes. Se a situação se agravar, os riscos podem gerar uma nova ameaça global e os esforços da ciência são justamente no sentido de evitar isso.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]