Ciências

Experimento controverso isola 15 pessoas em caverna escura por 40 dias

Em tempos de Big Brother Brasil e pandemia, falar em isolamento ou confinamento não chega a ser uma surpresa tão grande para quem escuta o assunto. Mas o experimento em questão gerou controvérsia.

A ideia desse experimento foi de Christian Clot, um explorador de naturalidade francesa e suíça, que vem patrocinando a ideia. O projeto recebeu o nome de “Deep Time” e vem causando polêmica.

O objetivo do projeto é, basicamente, avaliar a mente humana após um duro e rígido confinamento. 15 voluntários, inclusive o próprio Clot, serão selados em uma caverna. No local, completamente escuro, eles não podem ter noção alguma do tempo.

Os participantes estão sendo avaliados a todo momento pelo Laboratório de Neurociências Cognitivas e Computacionais da Ecole Normale Supérieure. Cientistas vinculados ao laboratório estão participando do projeto.

ANÚNCIOS

Apesar disso, nenhum dos confinados terá contato com pessoas do mundo exterior. Para serem monitorados, todos estarão equipados com dispositivos que estão ligados a todo um maquinário dos cientistas.

Mesmo isolados em uma caverna, o projeto conta com grandes avanços tecnológicos. Os voluntários possuem equipamentos básicos de sobrevivência como lanternas, roupas especiais, alimentação, etc.

O interesse dos cientistas é monitorar como os indivíduos vão se adaptar ao ambiente, como vão reagir fisica e emocionalmente aos estímulos, ou a falta deles, dentro dos 40 dias confinados.

PRIMEIRO ESTUDO DO TIPO

ANÚNCIOS

Tudo em nome da ciência, né? O projeto esta dividindo opiniões. Enquanto alguns aprovam a iniciativa, outros acreditam que a radicalidade é desnecessária. Fato é que o projeto é o primeiro do tipo.

Até agora, todas as missões desse tipo se concentraram no estudo dos ritmos fisiológicos do corpo, mas nunca no impacto desse tipo de ruptura temporal nas funções cognitivas e emocionais do ser humano“, explicou Etienne Koechlin, um dos professores envolvidos.

Os voluntários ficarão por 40 dias isolados na caverna, localizada nas montanhas Pyrénées, com equipamentos básicados. Os participantes não podem ter contato com nenhum tipo de luz natural e não pode monitorar o tempo, nao tendo acesso a relógios, telefones, ou qualquer outro tipo de aparelho do tipo.

Não para por aí. A energia dentro da caverna será gerada através de um dispositivo conhecido como pedal boot, ou seja, de origem totalmente mecânica. Além disso, para ter água fresca, cada um vai ser responsável por manter suas garrafas a uma profundidade de 45 metros, onde as temperaturas giram em torno de 12Cº e possuem uma surpreendente umidade de 95%.

PANDEMIA INSPIROU O PROJETO

Qualquer semelhança com as medidas de isolamento e distanciamento social, causadas pela pandemia, não é mera coincidência. A inspiração para o projeto surgiu exatamente do caos vivido globalmente.

O diferencial é que o projeto isola um grupo de pessoas completamente desconhecidas entre si, que serão forçadas a trabalhar em conjunto para atingir objetivos comuns. Além disso, as condições desse isolamento são completamente extremas para os participantes.

Clot conseguiu um financiamento de US$ 1,2 milhão para realização do projeto. Além disso, doações de voluntários também somaram impressionantes 1,5 tonelada de alimentos, que serão usados como kits de sobrevivência, para todos os 40 dias de confinamento.

O grupo foi confinado no dia 14 de março e a previsão de saída é apenas para o dia 22 de abril.

 

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]