Ciências

Nova variante do coronavírus é ‘mais inteligente’ e isso é preocupante

crédito da imagem: kateryna kon

Até o momento atual, a variante mais preocupante do coronavírus tem sido a Delta. No entanto, especialistas vem alertando há meses que o vírus continua em constante mutação e que isso pode se tornar um ‘novo’ problema. Isto é, quanto mais variantes da covid-19 existirem, mais em riscos as vacinas podem estar. As vacinas estando em risco, consequentemente nós estamos em risco.

O que acontece é que as vacinas aplicadas atualmente foram desenvolvidas sobre uma versão do vírus. Com isso, é impossível cravar com certeza que elas serão eficazes contra todas as formas que o vírus pode adotar. O resultado de tudo isto pode ser catastrófico, com novos surtos da pandemia e o adiamento da “normalidade”.

O pior de tudo isso é que esse cenário catastrófico pode estar um pouco mais perto do que se imagina. Um novo estudo, publicado na Nature Molecular and Cellular Immunology, traz informações sobre uma nova e rara variante da covid-19. Esta variante, segundo o estudo, é “mais inteligente” e capaz de evitar anticorpos criados por vacinas.

Para entender o tamanho do problema, isso significa que essa variante seria capaz de se espalhar e, potencialmente, criar casos graves mesmo entre populações 100% vacinadas. A variante recebeu o nome de A.30 e, até o momento, permanece isolada apenas em algumas áreas. Esta variante foi isolada em pacientes da Suécia e Angola, mas descoberta pela primeira vez na Tanzânia.

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A.30 é uma variante ramificada da linhagem A, que é a linhagem considerada a raiz da pandemia e uma das primeiras a serem identificadas. No entanto, é marcadamente distinto de outras variantes, em comparação neste estudo com as variantes Beta (B.1.351) e Eta (B.1.525), por múltiplas mutações na proteína Spike. Notavelmente, algumas dessas mutações residem em dois domínios separados diretamente direcionados por anticorpos neutralizantes, sugerindo que a vacina pode não funcionar tão bem contra A.30 em comparação com outras variantes.

A variante é considerada rara porque foi observada em pouquíssimos pacientes (3 em Angola, apenas 1 na Suécia). Por conta disso, os estudos sobre a variante são considerados escassos. Para entender a gravidade que essa variante pode oferecer, cientistas fizeram simulações usando outras variantes com modificações semelhantes.

Em comparação com Beta e Eta, A.30 mostrou entrada significativamente melhorada na maioria das células hospedeiras, incluindo células de rim, fígado e pulmão, e era resistente a uma terapia de anticorpo monoclonal atualmente empregada contra COVID-19 (bamlanivimab); no entanto, era vulnerável à terapia combinada de outros anticorpos monoclonais (bamlanivimabe e etesevimabe).

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A pesquisa testou o desempenho da A.30 contras os anticorpos das vacinas Pfzer e Astrazeneca, e o resultado foi preocupante. É claro que os experimentos em ambiente controlado, ou seja, “in vitro”, não representam fielmente o que acontece na vida real. Ainda assim, é um indicativo que geralmente da noção aos cientistas e o resultado foi preocupante.

O que os pesquisadores concluíram é que essa variante deve ser mantida sob observação, embora ainda não tenha sido sinalizada pela OMS. Apesar de ter afetado poucos pacientes até o momento, seu potencial é grave e precisa ser levado a sério.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]