Ciências

Novos estudos reforçam que covid-19 surgiu em mercado aberto e não em laboratório

A pandemia da covid-19 trouxe uma serie de consequências em diferentes áreas da sociedade. Se formos citar algumas, podemos passar horas aqui,  então  vamos direto ao ponto. O surgimento da covid-19 foi, e continua sendo, uma grande questão. Afinal de contas, de onde surgiu o vírus? Desde o  começo da pandemia, houve um forte debate sobre as origens do vírus, já que existem duas suspeitas principais: vazamento de laboratório ou evolução do vírus naturalmente.

A primeira suspeita se baseia no fato de que havia um laboratório em Wuhan, onde vários vírus da família corona eram estudados. Com isso, logo levantou-se a hipótese de que uma dessas amostras pudesse ter vazado do laboratório e contaminado pessoas. Existe ainda, embora sustentada por menos pessoas, a suspeita de que o vazamento possa ter sido intencional, como uma espécie de arma biológica.

Já a segunda suspeita é a de que o vírus tenha vindo de animais e sofrido mutação no mercado de Wuhan. Para entender essa teoria, é preciso entender que o mercado em questão é um enorme mercado de carnes, que funciona a céu aberto na cidade. A teoria é a de que o vírus tenha encontrado terreno fértil para se procriar e contaminar pessoas ali, no mercado.

De lá para ca, muitos estudos vem sendo desenvolvidos na expectativa de responder essa pergunta. Afinal de contas, de onde veio a covid-19? Alguns resultados já ofereceram algumas respostas e agora a publicação de 3 novos estudos apontam em uma mesma direção. O estudos ainda não passaram por revisão de pares, mas podem trazer novas informações para esse debate – especialmente quando forem inteiramente revisados.

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Embora as pesquisas ainda não estejam revisadas e, por isso, seja necessário analisa-las com cuidado, já é possível extrair algumas de suas conclusões, com cuidado e responsabilidade. Chama a atenção que as três pesquisas, independentes entre si, apontem para uma origem espontânea do vírus; isto é, sem qualquer tipo de envolvimento humano.

Em um dos estudos, a pesquisa foi conduzida por cientistas de 23 instituições. Para começar a pesquisa, os cientistas visitaram locais de trabalho e onde viviam 156 pessoas, que pegaram covid-19 ainda no fim de 2019, em Wuhan. Os primeiros casos estão agrupados perto do extremo oeste do mercado, onde foi vendida a maioria das espécies capazes de transmitir o vírus. A disseminação subsequente corresponde a um padrão que seria esperado se os humanos tivessem contraído a doença pela primeira vez em animais vendidos lá.

Já o segundo estudo se dedicou a estudar duas linhagens do vírus. No começo, antes mesmo da pandemia, haviam duas linhagens principais A e B. Isso leva os pesquisadores a acreditarem na hipótese do mercado, especialmente porque a linhagem A foi a mais agressiva na pandemia e os caso remontam ao mercado.

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Teoricamente, pode ser possível que o SARS-CoV-2 tenha vazado de um laboratório duas vezes, mas isso exigiria que o laboratório estivesse trabalhando com duas versões substancialmente diferentes do vírus e permitisse que ambos escapassem. As transferências de gêmeos de um reservatório no qual se sabe que os coronavírus circulam amplamente fazem muito mais sentido.

O mercado de Wuhan foi desativado, mas antes muitas amostras foram coletadas. Segundo um estudo do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, muitos vírus encontrados no mercado são correspondências perfeitas para casos e covid-19 no começo dos contágios. O estudo, no entanto, não encontrou a Sars-Cov-19 em nenhum dos animais do mercado – o que poderia ser uma prova irrefutável da teoria.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]