Históricas

Como as pessoas evitavam o mau cheiro das cidades no passado?

Antes do saneamento básico, muitas cidades eram fedidas e sujas. Saiba como era a realidade da população!

Antes da popularização dos programas de saneamento básico no mundo, as cidades eram muito sujas e cheiravam muito mal. As pessoas precisavam usar artimanhas para contornar o mau cheiro e conseguir encarar as ruas. Saiba como era a realidade da população antes do saneamento!

Como era viver em cidades fedorentas?

Antes que alguém conhecesse a teoria dos germes, nossos ancestrais acreditavam que o mau cheiro não era apenas o sintoma de uma doença, mas também a causa dela. Durante séculos, eles se voltaram para fragrâncias doces com o objetivo se manterem saudáveis.

Na Idade Média, homens instruídos lutavam para descobrir por que a peste negra estava destruindo centenas de milhares de pessoas na Europa e no Oriente Médio. Naturalmente, eles usaram os sintomas da peste como pistas para a sua causa e inventaram uma teoria de que a peste era causada pelo ar impuro.

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Muitas pessoas acreditavam, inclusive, que a neblina era mágica e que havia uma maior chance de ficar doente se houvesse névoa sobre a cidade ou um vento mais forte.

Neblina mágica
Neblina mágica. Crédito da Imagem: Wikimedia

Os médicos da peste foram contratados por cidades no século XIV. Eles tratavam vítimas ricas e pobres da peste bubônica e usavam máscaras cheias de ervas e flores aromáticas para contornar o mau cheiro das cidades. Esses curandeiros geralmente não eram médicos treinados profissionalmente. Eles praticavam a sangria e raramente curavam alguém.

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Ruas lotadas e sujas

Na Inglaterra, a rápida industrialização e o crescimento levaram as ruas de várias cidades a ficarem lotadas e sujas, um terreno fértil para doenças infecciosas.

rápida industrialização da Inglaterra e a sujeira, gravura esqueleto
Crédito da Imagem: Wikimedia

No verão de 1858, em Londres, o ar quente de julho perto do rio Tâmisa estava com um terrível cheiro de efluentes industriais não tratados. Com o passar dos anos, o sistema de esgoto começou a despejar todos os resíduos neste rio, aumentando os surtos de cólera e provocando o que eles chamavam de “O Grande Fedor”.

O grande fedor
O Grande Fedor – Crédito da foto: British Museum

Neste período, também existiam sacos, vasos e recipientes com ervas aromáticas, óleos e outras formas antigas de aromaterapia. Estes acessórios eram usados por pessoas ricas, que os colocavam no rosto para evitar o mau cheiro. Estas bolsas também poderiam conter fragrâncias e, geralmente, eram penduradas em correntes ao redor do corpo. Algumas pessoas também usavam esponjas encharcadas de vinagre para aliviar o fedor das cidades. O vinagre supostamente impedia as pessoas de desmaiar por conta do mau odor.

Incenso, noz-moscada, mirra, zimbro e enxofre também eram usados para combater o fedor. Os profissionais da saúde trabalhavam para que os hospitais ficassem sempre limpos e cheirosos, a fim de preservar o “ar puro”.

Os cientistas, pesquisadores e estudiosos só compreenderam que o fedor não era o causador das doenças depois que a teoria dos germes foi criada por Girolamo Fracastoro, em 1546. Em seguida, o conhecimento avançou graças às ações de Louis Pasteur e Robert Koch.

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