Em maio do ano passado, médicos canadenses confirmaram o surgimento de uma doença misteriosa que causava sintomas neurológicos. Naquela ocasião, foram confirmados 48 casos da doença – que não havia ainda sido desvendada pelos pesquisadores. O comunicado ainda esclarecia que exames haviam descartado se tratar de alguma doença conhecida, como alzheimer ou demência.
O caso já vinha sendo tratado como sério até aqui, mas novas informações não foram oficialmente divulgadas. O assunto chegou a quase cair no esquecimento, mas tudo mudou recentemente após uma reportagem do jornal The Guardian. O jornal, que é um dos mais respeitados no mundo, trouxe informações exclusivas, adquiridas através de fontes diretamente associadas a pesquisa sobre a doença misteriosa.
Uma das informações que mais chama a atenção é o número de casos. Em maio, de 2021, foram confirmados apenas 48 casos da doença – todos na província de New Brunswick. Agora, segundo as fontes ouvidas pelo jornal, o número pode ser muito maior, girando em torno de 150 casos confirmados. A primeira vez que a doença foi identificada foi em 2020, o que voltou a acontecer no ano seguinte. No entanto, um caso de 2013 foi confirmado tardiamente. A doença ainda não tem nome, causa esclarecida ou qualquer outra informação, pelo menos não oficialmente.
Aqueles que são identificados com a doença, conhecida não oficialmente como “síndrome neurológica de New Brunswick”, apresentam um grande leque de sintomas como: dificuldade para dormir, mudança de comportamento, perda de memória, alucinações, dores musculares, problemas de coordenação motora, dificuldade de raciocínio e também na fala, dentre outros sintomas. Além disso, os sintomas parecem piorar gradativamente, indo de moderado a grave, até o comprometimento total do paciente.
A maneira como as autoridades canadenses tem lidado com a situação causa estranhamento entre a comunidade médica. Isso porque detalhes da doença não estão sendo compartilhados, muito pelo contrário. A primeira vez que a doença se tornou pública aconteceu quando, em 2021, documentos da secretaria de Saúde de New Brunswick vazaram. As informações logo chamaram a atenção da mídia e se tornou um assunto de interesse Global.
De lá para ca, no entanto, as descobertas da pesquisa tem sido mantidas em sigilo, com pouquíssimas informações sendo compartilhadas. Um fato que chama a atenção é que os casos da doença estão limitados ao território de New Brunswick, não tendo sido registrado nenhuma ocorrência em províncias próximas. Além disso, segundo a reportagem, dos 48 casos iniciais, quatro pessoas já morreram.
No entanto, autoridades locais apontam que exames de autópsia apontaram causas das mortes não relacionadas a doença. Apesar disso, a situação já gera dúvida sobre as informações oficialmente divulgadas. A matéria chega a questionar se realmente existem apenas 48 pessoas com a doença atualmente. As autoridades da província se comprometeram a divulgar um novo relatório sobre a situação, que deve ser publicado ainda em janeiro deste ano.
Uma das suspeitas das autoridades é que exista alguma fonte de contaminação ambiental, que possa estar causando a doença. A suspeita é sustentada pela falta de evidências da doença em qualquer outra região do país, ou mesmo do mundo todo.