Se manter saudável é um desafio e tanto nos dias de hoje, muito em função do quanto vivemos em um mundo industrializado. Por mais atento que você tente ser, é muito difícil se manter totalmente alheio dos incontáveis químicos que existem. Existem substâncias químicas em praticamente todo produto industrializado e, de forma geral, todos sabemos disso. O problema muitas vezes é aquilo que não sabemos.
Cada país possui seu próprio sistema e órgãos reguladores, responsáveis por determinar o que é permitido e o que não é permitido. No Brasil, sobre vários assuntos, essa agência é a Anvisa – que ganhou grande destaque durante a pandemia. Mas será que as agências são realmente capazes de filtrar tudo?
Como população de um país, geralmente estamos condicionados a confiar nessas agências. Se a Anvisa libera algo, a maior parte da população tende a confiar nisso. Um bom exemplo são as vacinas, que precisaram passar pelo crivo da agência antes da aplicação. Mas e quando as descobertas são posteriores a circulação de um produto?
Um novo estudo, publicado na revista eletrônica Environmental Pollution, levanta essa discussão. Os pesquisadores descobriram que químicos comumente encontrados em embalagens de alimentos, cosméticos e brinquedos, podem estar associados a mortes precoces. O estudo cita que, pelo menos, 100 mil pessoas morreram nos EUA em função da exposição a tais químicos. O problema é realmente profundo e o estudo traz teses que apontam para descobertas alarmantes. Segundo o artigo, não apenas cerca de 100 mil pessoas morreram em função destes químicos, como também se perdeu cerca de 50 bilhões de dólares em produção.
O que o estudo concluiu?
Os pesquisadores analisaram a presença de ftalato, um químico presente em muitos dos plásticos mais usados pela indústria. O que a pesquisa sugere é que este químico esta associado a mortes precoces, principalmente em função de doenças cardíacas. “Até agora, entendemos que os produtos químicos se conectam às doenças cardíacas, e as doenças cardíacas, por sua vez, são uma das principais causas de morte, mas ainda não havíamos vinculado os próprios produtos químicos à morte”, explica o autor do estudo.
O grande desafio em relação a isso é que os ftalatos estão presentes em muitas coisas que usamos no nosso dia-a-dia: o DBP é usado em esmaltes para impedi-los de rachar; O DMP é usado em spray para cabelo para manter a plasticidade do cabelo; O DEP é usado em fragrâncias como fixador; e o DEHP é usado em plásticos médicos, como cateteres e tubos de ar.
Este estudo se soma a uma série de outros estudos que também já apontaram os riscos do ftalato. No entanto, existem muitos outros estudos que apontam o contrário, isto é, que estes químicos não são perigosos para a saúde. O que é real, afinal de contas? A ciência avança com o tempo, com a descoberta de novos métodos e tecnologias. Quando um assunto não é pacificado, o que acontece é que ainda mais pesquisas acabam sendo desenvolvidas, a fim de se chegar a um ponto pacífico, de concordância científica.