Mundo Bizarro

Nossa insanidade em comprar e comprar e comprar…

6 Razões Psicológicas que explicam porque você nunca está Satisfeito
Comprar coisas pode ser bastante decepcionante. Depois de conferirmos todas promoções, analisar as opções e usarmos nossas forças de negociação, finalmente compramos o que queremos! E você adquire seu grande-novo-qualquer-coisa!

Depois de algum tempo, quando a excitação diminui. O seu grande-novo-qualquer-coisa não é tão grande, novo e excitante assim. A empresa acabou de lançar um modelo novo com mais funcionalidades e ainda mais barato do que era antes. Isso já aconteceu com todos nós pelo menos uma vez na vida.

Estudos psicológicos nos dizem que essa decepção acontece com muito mais intensidade quando as pessoas compram coisas como mp3 players ou relógios do que quando compramos experiências como férias ou shows.

Em uma nova rodada de estudos, publicados no Journal of Personality and Social Psychology, Carter e Gilovich (2010) exploraram seis razões que buscam explicar porque compras materiais são menos satisfatórias do que compras experenciais e o que pode ser feito a respeito para não cairmos nessas armadilhas da Sociedade do Consumo.

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Objetos são fáceis de serem comparados desfavoravelmente
Em seus primeiros estudos, participantes tiveram que lembrar experiências e compras passados pelo preço mínimo de R$ 50 e foram perguntados sobre o nível de satisfação de suas compras. As pessoas estão constantemente mais satisfeitas com suas compras experienciais se compararmos com suas compras materiais.

A razão atrás disso é que as compras experienciais são mais difíceis de serem comparadas. A sua banda predileta que você foi ver ao vivo no último final de semana é uma experiência que é muito mais difícil de ser comparada literalmente. Em contrapartida, mp3 players são mais fáceis de serem comparados: enquanto um tem mais memória o outro é mais bonito.

Quando é fácil comparar duas coisas, como salários, sempre ficamos insatisfeitos porque sempre existe alguém que ganha mais do que você e, no nosso exemplo, sempre tem alguém com um mp3 player melhor que o seu. E se não tiverem algum agora, eles terão nos próximos 6 meses porque essa é a natureza da sociedade do consumo.

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A estratégia de maximização nos deixa menos satisfeitos
Existe uma diferença crucial na maneira que tomamos decisões sobre compras experienciais e materiais, como revelado pelo segundo estudo.

Quando as pessoas escolhem comprar algo material, eles tem a tendência de usar a estratégia que psicólogos chamam de “maximização”. Isso significa comparar todas opções possíveis. Mas como vivemos em um mundo de infinitas possibilidades, maximizar leva um longo tempo e trabalho duro e as pessoas acabam irritadas e insatisfeitas mesmo quando elas escolhem a melhor opção.

Entretanto, quando as pessoas escolhem compras experienciais elas tendem a usar a estratégia da “satisfação”. Isso significa estabelecer um padrão mínimo para uma compra e então escolhem a primeira opção que a preencha. Estudos mostram que isso gera uma maior satisfação entre compras e pessoas são relativamente menos impactadas pela existência de opções melhores.

Mesmo que “maximizar” pareça uma estratégia melhor, paradoxicalmente, ela deixa as pessoas menos satisfeitas do que a estratégia da satisfação.

Compras materiais são mais prováveis de serem re-avaliadas
Imagine que você comprou um gadget novo pelo preço de R$ 1.000. Depois que você fez a compra, você volta para ver se há outras opções, só para conferir? Isso mudaria se o que você estivesse comprando fosse uma viagem de férias pelo mesmo preço?

Quando os pesquisadores simularam a situação, eles descobriram que, comprando um gadget os participantes eram mais propícios a continuar investigando alternativas ao invés do que se eles tivessem comprado uma viagem, mesmo que isso não fosse pedido.

Nós automaticamente reavaliamos as compras materiais logo depois que as fizemos. Em comparação, as compras experienciais, assim que feitas, não são revistas e assim abrimos menos espaço para decepções.

O efeito da nova opção
É sempre assim: Logo que você compra uma coisa, eles vão lá e fazem algo novo, melhor ou introduzem opções melhores.

Quando Carter e Gilovich simularam a situação no laboratório, os participantes reportaram que o efeito da nova opção era mais perturbador quando você comprava um relógio, um par de jeans ou um laptop do que comprar uma viagem no feriado, ingresso de cinema ou algum jantar chique.

Mais uma vez compras experienciais superam as materiais.

O efeito do preço reduzido e um rival mais barato
Varejistas também possuem o hábito de reduzir o preço assim que você comprar algo. Ou pior, no próximo dia você encontra mais barato em algum outro lugar.

Carter e Gilovich encontraram pessoas que ficavam mais preocupadas sobre a queda de preços de laptops e relógios do que viagens de feriados ou almoços e jantares exóticos.

Ao mesmo tempo, participantes diziam sentir mais inveja dos rivais que pagavam menos por compras materiais em outro revendedor, mas não ficavam quando realizavam compras experienciais.

Pense Experiencialmente
Isso tudo implica na questão de como podemos ficar mais satisfeitos com compras materiais, ao invés de simplesmente evitar as questões acima.

Carter e Gilovich imaginaram se tudo isso tem a ver na maneira com a maneira que fazemos nossas compras. Pegue música, por exemplo. Comprar música pode ser vista tanto como uma compra experiencial e material, pois é um objeto (mesmo que seja digital), e também existe a experiência de ouvi-la aonde quer que você esteja, como você se sente com isso e o que você está fazendo ao mesmo tempo.

Pensar experiencialmente pode nos ajudar a evitar decepções?
Em seu último experimento os pesquisadores encorajaram metade de seus participantes pensar em música como uma compra material e a outra metade como uma compra experiencial. Então os pesquisadores disseram que os preços foram reduzidos. Com certeza, aqueles que tinham em mente que estavam fazendo uma compra experiencial ficaram menos chateados que aqueles que pensavam ao contrário.

Fonte:
http://www.muitolegal.net/2010/04/6-razoes-psicologicas-porque-voce-nunca.html

Fonte Original:
Spring.org.uk

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